terça-feira, 14 de novembro de 2006

Nuclear é fixe?

A energia nuclear é uma das principais formas de produção de energia eléctrica a nível europeu. Segundo dados da Agência Europeia de Energia Atómica, a França produz 80% da sua electricidade através de energia atómica. Outros países europeus, como por exemplo a Grã-Bretanha, iniciou a discussão pública sobre a temática do nuclear e os seus benefícios económicos, tendo em conta os recursos naturais de cada país.
Embora a lógica do crescimento económico esteja patente, apenas três países europeus decidiram recentemente construir novas centrais nucleares, entre os quais a França, Finlândia e Roménia.
Durante um encontro em Bruxelas, o ministro das Finanças francês, Thierry Breton, explicou a visão de Paris sobre o que deve ser o futuro da política energética na União Europeia. De acordo com ele, a política energética europeia deveria levar em consideração "o crescente aumento da tensão em todo o mundo na situação entre fontes e procura de petróleo e gás, e mudanças climáticas", afirmou. "Manter a contribuição da energia nuclear no menu energético europeu e preservar a posição tecnológica e industrial europeias neste campo, são questões de importância estratégica para a União Europeia", disse.
Estados Unidos, Japão e China, relançaram ou anunciaram a construção de novas centrais nucleares, numa posição clara de favorecimento da energia nuclear face ao uso dos combustíveis fósseis para produção de energia.
A outra solução, as energias renováveis não constituem por si só, uma alternativa energética ao nuclear porque têm a sua disponibilidade sujeita a factores não controláveis economicamente (vento, sol, albufeiras, etc.) pelo que não poderiam substituir as restantes fontes de produção.
No meio desta discussão, sempre louvável, podemos apontar diversos modelos energéticos que poderão surgir num futuro próximo, entre os quais:
  • Nuclear + Renovável;
  • Fóssil + Renovável;
  • Nuclear para hidrogénio + Renovável;
De salientar imediatamente o uso da energia renovável em todos os futuros modelos energéticos. O desenvolvimento desta tecnologia pode ser suportado por um grupo emergente de investidores e empresas, que encontra ai um novo mercado, tendo em conta a crescente pressão das populações à defesa do ambiente e ao aumento do preço dos combustíveis fósseis.
O modelo fóssil + renovável é o modelo praticado pela maioria dos países. É um modelo sustentável a curto/médio prazo, visto que depende fortemente do preço dos combustíveis que têm sido inflacionados pelas disputas militares e pela sua escassez. Outro contra, serão os recentes estudos científicos, que provam a sua influência nas alterações climatéricas e destruição de habitats sensíveis, devido aos chamados “gases de estufa”.
Uma opção que começa agora a ser seriamente encarada como alternativa ao modelo vigente é a Nuclear para hidrogénio + Renováveis. Esta opção é mais abrangente do que as restantes porque propõe um modelo, não para a produção de electricidade, como também para os transportes terrestres. Uma central nuclear produziria a energia necessária à produção de hidrogénio, elemento esse q seria usado a nível local, quer em pilhas de combustível, quer em motores de combustão interna, sendo que a componente renovável seria um complemento para a produção de energia eléctrica.
Fonte:

4 comentários:

Diósnes disse...

Em termos energéticos é mais vantajosa a nuclear mas o problema é a nível ambiental.
Uma particula nuclear não se degrada num "curto" período tempo, por mais longo que seja o termo "curto".

Tiago Luís Francisco disse...

De facto, o problema ambiental é significativo mas os problemas ambientais que agora discutimos, remotam aos consumos excessivos de combustíveis fósseis nos ultimos 100 anos. O que teve maior impacto ambiental? Chernobyl ou o Exxon Valdez?

Diósnes disse...

Como é que podes garantir que o Exxon Valdez foi pior que Chernobyl?
Chernobyl é como a electricidade, não se vê mas que está lá está.

Tiago Luís Francisco disse...

É claro que a análise de acidentes é de certa forma subjectiva mas pode-se comparar dados. O derrame provocado pelo Exxon Valdez em 1989 contaminou cerca de 1100 milhas da costa canadiana e em 2001 ainda se procediam a operações de limpeza. Cerca de 260.000 animais morreram na primeira semana e todos nós nos lembramos das imagens de uns senhores de branco a lavar gaivotas. Um relatório de 2004, do "Exxon Valdez Oil Spill Trustee Council" revela que pelo menos 3 espécies marinhas tinham desaparecido, 4 delas iriam desaparecer brevemente, num total de 30 analisadas sendo que ainda não existe uma data definitiva para a recuperação do eco-sistema. É claro que com isto não quero fazer qualquer propaganda pró-nuclear, nem é a intenção dos autores deste blog. Mas o facto é o seguinte; da história da exploração da energia nuclear para fins comerciais, existem apenas dois acidentes conhecidos: Three-Mile Island e Chernobyl, com as implicações que todos conhecemos. Acidentes relativos à extracção, distribuição e produção de enrgia eléctrica por meio de crude quantos são?