domingo, 19 de outubro de 2008

União Europeia lança megaprojecto de 1000 milhões de euros

A Comissão Europeia considera que as tecnologias ligadas às células de combustível e ao hidrogénio têm um grande potencial para ajudar a Europa a enfrentar com sucesso os desafios energéticos. A União Europeia (UE) acaba de lançar um ambicioso projecto de 1000 milhões de euros destinado a tornar a Europa líder mundial nas tecnologias ligadas às células de combustível e ao hidrogénio, que para muitos especialistas poderão ser a base energética de um futuro sem emissões de gases com efeito de estufa e sem combustíveis fósseis. O investimento será feito em conjunto pela UE, 60 empresas industriais e 60 centros de investigação no âmbito da Joint Technology Iniciative (JTI). Durante os próximos seis anos, esta parceria público-privada vai apostar na investigação, desenvolvimento tecnológico e demonstração nas células de combustível e no hidrogénio, de modo a que estas tecnologias se generalizem a todo o mercado energético europeu entre 2010 e 2020. Segundo Janez Potocnik, comissário europeu para a Ciência e Investigação, "o desenvolvimento destas tecnologias é crucial para respondermos com sucesso aos desafios das alterações climáticas e da energia", porque as células de combustível "são uma tecnologia de conversão eficiente" e o hidrogénio "pode ser uma fonte de energia limpa". in EXPRESSO, 15 de Outubro de 2008

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Workshop Energias Renováveis: as oportunidades do presente, as perspectivas do futuro

A AREANA Tejo, Agência Regional de Energia e Ambiente do Norte Alentejano e Tejo, organiza em conjunto com a AMNA (Associação de Municípios do Norte Alentejano) e a ADR/IPP (Associação de Desenvolvimento Regional/Instituto Politécnico de Portalegre) o Workshop "Energias Renováveis: as oportunidades do presente, as perspectivas de futuro". Este realiza-se já no próximo dia 4 de Março, no auditório do NERPOR (Núcleo Empresarial da Região de Portalegre), e a participação é gratuita, sendo necessária apenas confirmação através dos seguintes contactos:
E-mail:
geral@areanatejo.pt Telefone: 245 301 441 Fax: 245 301 449 Ver Programa

sábado, 23 de junho de 2007

Biomassa - Introdução

Entende-se por biomassa, como todo o tipo de matéria utilizada na produção de energia a partir de processos como a queima de matéria orgânica produzida num ecosistema. Dessa matéria produzida, apenas uma parte pode ser utilizada como biomassa, devido ao que absorvido pelo próprio ecosistema para a sua manutenção.
As vantagens deste tipo de combustível são o custo reduzido, o facto de ser renovável e de permitir o reaproveitamento de resíduos que de outra forma seriam desperdiçados sem qualquer tipo de aproveitamento. A queima deste tipo de resíduos é também menos poluente do que a queima dos combustíveis fosseis convencionais como o petróleo e o carvão mineral.
Este tipo de energia é considerado renovável por dois motivos: por a produção de matéria-prima ser considerada teoricamente inesgotável e porque o balanço de emissões de CO2 para a atmosfera ser nulo (o que é libertado na queima é igual ao que a árvore absorveu durante a sua vida).
A lenha é utilizada para produção de energia por biomassa. Este tipo de combustível tem como vantagem a sua abundância e o facto de estar uniformemente distribuída pelo país. Podem também ser utilizadas como matérias-primas as aparas de madeira, papel, restos de limpeza das florestas ou embalagens de papelão.
Para além da queima directa deste tipo de produtos, existem outros que são obtidos através de processos químicos ou naturais. O biodiesel, por exemplo, derivado de cereais, é utilizado como substituto do gasóleo nos automóveis convencionais. O outro tipo de aproveitamento da biomassa está na produção de biogás, nomeadamente metano, que é produzido nas ETAR (estações de tratamento de águas residuais) ou em aterros sanitários. Também com um elevado grau de implantação está o bioetanol, extraído à base da cana-de-açucar, milho ou beterraba e tem uma grande aceitação no Brasil, Estados Unidos da América e França respectivamente.
Este tipo de energia orgânica inicia o seu ciclo através da fotossíntese, onde as plantas capturam a energia do sol e transformam-na em energia química. Essa energia pode então ser convertida em várias outras formas de energia: electricidade, calor ou combustível. As fontes orgânicas que são usadas para produzir energia usando este processo de conversão são chamadas de biomassa.
Estão incluídos também nesta classificação os efluentes provenientes da indústria agro-pecuária, agro-industrial e urbanos. A energia consumida proveniente de recursos renováveis representa já cerca de 20% do total consumido mundialmente, sendo que desses, 14% correspondem à produção por biomassa.
Podemos então considerar 3 áreas dentro do aproveitamento de biomassa:
- Biomassa sólida - Biocombustíveis gasosos - Biocombustíveis líquidos
Tem como fonte os produtos e resíduos da agricultura (incluindo substâncias vegetais e animais), os resíduos da floresta e das indústrias conexas e a fracção biodegradável dos resíduos industriais e urbanos. Quanto à biomassa sólida, o processo de conversão ou aproveitamento de energia, passa primeiro pela recolha dos vários resíduos de que é composta, seguido do transporte para os locais de consumo, onde se faz o aproveitamento energético por combustão directa.
Vantagens: - Baixo custo de aquisição; - Não emite dióxido de enxofre; - As cinzas são menos agressivas ao meio ambiente que as provenientes de combustíveis fósseis; - Menor corrosão dos equipamentos (caldeiras, fornos); - Menor risco ambiental; - Recurso renovável; Desvantagens: - Menor poder calorífico; - Maior possibilidade de emissões de partículas para a atmosfera. Isto significa maior custo de investimento para a caldeira e os equipamentos de redução de emissões de partículas (filtros, etc.) - Dificuldades no stock e armazenamento.
2. Biocombustíveis gasosos
Tem origem nos efluentes agro-pecuários, da agro-industria e urbanos (lamas das estações de tratamento dos efluentes domésticos) e ainda nos aterros de RSU (residuos sólidos urbanos).
Este resulta na degradação biológica anaeróbica da matéria orgânica contida nos resíduos anteriormente referidos e é constituído por uma mistura de metano (CH4) em percentagens que podem variar entre os 50% e os 70% sendo o restante dióxido de carbono (CO2).
Existem vários tipos de aplicações dos biocombustíveis nomeadamente em grupos de cogeração onde o gás produzido pela ETAR ou aterro sanitário é usado para produção de energia eléctrica.
Existe uma série de biocombustíveis líquidos com potencial de utilização, todos com origem nas chamadas “culturas energéticas” respectivas do país de origem. São disso exemplos: - Biodiesel (éter metílico): obtido principalmente a partir de óleos de girassol, por um processo químico chamado transesterificação. - Etanol: É o mais comum dos álcoois e caracteriza-se por ser um composto orgânico, incolor, volátil, inflamável, solúvel em água, com cheiro e sabor característicos. Produzido a partir da fermentação de hidratos de carbono (açúcar, amido, celulose), com origem em culturas com a cana-de-açúcar ou por processos sintéticos. - Metanol: Os processos de produção mais comuns são de síntese a partir do gás natural, ou ainda a partir da madeira através de um processo de gaseificação. Os biocombustíveis (biodiesel, etanol, metanol) podem ser utilizados na substituição total ou parcial como combustíveis para veículos motorizados.
No caso do biodiesel, a sua utilização, com uma percentagem até 30%, é possível em motores diesel convencionais, sem necessidade de qualquer alteração mecânica ao nível do motor. A sua utilização numa proporção de 100% na mistura obriga à produção de motores especialmente preparados para o efeito.
O etanol ocupa um lugar de destaque no mercado brasileiro, com cerca de 43% dos veículos motorizados a funcionar a etanol. No entanto, existem algumas desvantagens que continuam por ultrapassar na produção deste tipo de combustível, tais como: - A queima da palha do canavial, visando o aumento da produtividade e redução de custos de transporte, tem consequências para o ambiente, ao libertar dióxido de carbono, ozono, compostos de azoto e de enxofre (responsáveis pelas chuvas ácidas); - A produção de efluentes do processo industrial da cana-de-açucar, os quais devem ser tratados e se possível, reaproveitados na forma de fertilizantes.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Cumprir Quioto sai-nos do bolso

CARBONO Metas obrigatórias vão ser ultrapassadas por Portugal no período de 2008-2012. A solução é comprar créditos de emissão.

Qualquer semelhança com o frenesim de uma bolsa financeira é pura coincidência. No mercado do carbono não há corretores a gesticular ou a dar ordens aos berros. Um dia movimentado significa, na melhor das hipóteses, três transacções de compra e venda. “O mercado está a bater no fundo”, explica Rui Dinis, da consultora E.Value. Em Janeiro, o preço do carbono caiu a pique até aos €3,5 por tonelada, quando há um ano atingiu mais de €20. Pior: o ano de 2007 deverá fechar com os gráficos demasiado próximos dos zero euros. Para o gestor, há uma explicação para o fenómeno: “Os industriais viram este mercado como uma obrigação ambientalista e não como uma oportunidade de negócio”.
Quando o mercado de carbono deu o tiro de partida, há dois anos, havia a expectativa de que os empresários portugueses acordassem para a ‘economia verde’ e percebessem que lhes sairia mais barato - e ao país - comprar créditos de emissões de dióxido de carbono (CO2) do que ter, no futuro, de pagar multas por poluição em excesso perante as metas de Quioto.
Porém, o facto de terem recebido licenças generosas da União Europeia fez com que não atingissem os tectos a que estavam obrigados. E em vez de comprarem, venderam. “Houve excesso de oferta de licenças”, corrobora Ricardo Moita, consultor da EcoProgresso, outra consultora ambiental. “Temos esperança que com o novo Plano Nacional de Alocação de Licenças de Emissões (PNALE II), que irá começar em 2008, haja mais operações”.
Esta ideia é partilhada pelo secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, que admite que o PNALE de 2005-07 foi “experimental”. Mas advoga que o novo plano, ainda à espera de aprovação de Bruxelas, é “mais restritivo”. Se por um lado corta em três milhões de toneladas as licenças das indústrias mais poluentes (centrais termoeléctricas, cimenteiras e vidreiras), por outro concede uma reserva de 5,1 milhões para novas indústrias.
O Governo calcula que o défice de emissões de CO2 entre 2008 e 2012 atinja 5,8 milhões de toneladas, o que nos afastaria das metas de Quioto. Porém, este défice pode ser colmatado se o Estado comprar créditos de emissões ou investir em projectos não poluentes em países menos desenvolvidos. “Temos de cumprir Quioto ao melhor preço. O que não for alcançado com medidas internas, que reduzam as nossas emissões, será adquirido através do Fundo Português de Carbono, nomeadamente na compra de créditos”, assegura o secretário de Estado. Para tal, e de acordo com as regras do Protocolo, Portugal deverá usar o dinheiro do Fundo. Este começou com €6 milhões e deve atingir €350 milhões em 2012, ‘alimentado’, por exemplo, pelas taxas sobre as lâmpadas de baixa eficiência ou com o aumento do preço do gasóleo para aquecimento.
O Governo tenciona abrir brevemente um concurso público para aquisição de créditos através de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL). Ou seja, as empresas portuguesas que queiram investir em projectos ‘verdes’ em países como o Brasil, Angola ou Marrocos farão as suas propostas e as vencedoras contarão com verbas do Fundo.
A novidade surge depois de críticas ao Executivo, que tardava em avançar com projectos MDL nos países de língua portuguesa, quando Espanha e Itália já lá estão.
Todos pagamos a factura
Na lista negra das principais poluidoras portuguesas estão as centrais termoeléctricas, com a de Sines à cabeça. Só em 2005, esta foi responsável pela emissão de 8,5 milhões de toneladas de CO2 - mais 750 mil do que tinha direito. “Quem paga a nossa compra de créditos de emissão é a Rede Eléctrica Nacional (REN) que acaba por repercutir nas tarifas ao consumidor”, refere Rui Cabrita, do Gabinete de Comunicação da EDP. A empresa investiu €42 milhões em fundos do Banco Mundial e da NatSource, o que lhes rendeu 5,3 milhões de toneladas de CO2 de crédito. A estes somam-se dois milhões de toneladas adquiridos através do comércio europeu de emissões.
Para reduzir as emissões, a EDP tem investido nas energias renováveis, nomeadamente nos parques eólicos e no reforço das centrais hídricas. Aliás, estas são medidas que vão ao encontro do Plano de Nacional de Alterações Climáticas (PNAC), previstas pelo Governo. E reforçadas na semana passada por José Sócrates. Entre elas, o aumento de 39 para 45% da meta de energia consumida a partir de renováveis, em 2010, o reforço para 10% do uso de biocombustíveis nos próximos três anos, ou o fecho das centrais termoeléctricas do Carregado, Barreiro e Tunes. “Estas medidas estão muito aquém do desejado e algumas delas são mesmo de aplicação duvidosa”, critica o líder da Quercus, Francisco Ferreira, que considera haver uma aposta em excesso na área da energia, e em défice nos transportes.

A LISTA NEGRA DAS POLUENTES

  • Central Térmica de Sines: 7,8 milhões de toneladas de CO2 (excesso de 750 mil toneladas das licenças que detinha)
  • Central Termoeléctrica do Pego: 3,8 milhões de toneladas de CO2 (excesso de 380 mil toneladas)
  • Central Termoeléctrica de Setúbal: 2,6 milhões de toneladas de CO2 (excesso de 220 mil toneladas)
  • Central da Tapada do Outeiro: 2,6 milhões de toneladas de CO2
  • Refinaria de Sines: 2,5 milhões de toneladas de CO2
  • Central Termoeléctrica do Ribatejo: 2 milhões de toneladas de CO2
in Expresso, 3 de Fevereiro de 2007

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

O Padre Himalaya - Um Português extraordinário

Padre Himalaya - um cientista, natural de Cendufe, Arcos de Valdevez que viveu entre 1868 e 1933. "Interessou-se pelas energias renováveis e por processos de organização territorial, nomeadamente sistemas de irrigação, plantação de árvores e sistemas urbanos que antecedem as preocupações actuais em torno do que se chama hoje o ecodesenvolvimento."

Inventor genial, expôs o seu invento, o "pirelióforo" (forno solar que permitia atingir os 3.800º C) na Feira em St. Louis (EUA), em 1904, tendo sido premiado e amplamente divulgado através da imprensa. Fez muitas outras investigações e manteve contacto com cientistas estrangeiros.

Foi pouco compreendido na sua época e a história manteve sobre ele um silência incompreensível. O professor Jacinto Rodrigues no entanto levou a cabo uma profunda pesquisa biográfica que está registada em livro e filme:Rodrigues, Jacinto, "A conspiração Solar do Padre Himalaya", Porto, Cooperativa Árvore, 1999.

Como prova de que os grandes vultos do passado podem inspirar as novas gerações, temos actualmente o Concurso Solar "Padre Himalaya" (Edição 2007) "que tem por objectivo promover a divulgação das energias renováveis junto das camadas mais jovens da população, através do envolvimento em actividades de projecto que façam uso de princípios científicos e das suas aplicações tecnológicas, que estimulem o gosto pela actividade experimental e promovam a aquisição de hábitos de cidadania conducentes a um uso mais racional dos recursos energéticos do nosso planeta." http://www.cienciaviva.pt/rede/himalaya/home/

Fonte: "www.portugalmaispositivo.com"

EDP investe 2,63 mil milhões na energia eólica até 2010

A EDP vai investir 2,63 mil milhões de euros, até 2010, na expansão da capacidade eólica, o que coloca as energias renováveis no topo das áreas em que a empresa portuguesa mais vai investir nos próximos quatro anos.

O objectivo da EDP é triplicar a capacidade instalada eólica na Europa, até 2010, com base no pipeline ibérico e na expansão para França e Bélgica, de acordo com o Plano de Negócios da empresa divulgado hoje.

A empresa liderada por António Mexia quer aumentar a capacidade bruta eólica de 1.568 MW, em 2006, para 4.200 MW em 2010. Estes valores representam crescimentos de 66%, em Espanha, de 22% em Portugal e de 12% noutros mercados.

O investimento de capital em capacidade eólica deverá atingir os 2.630 milhões de euros até 2010, dos quais 290 milhões de euros em Portugal, 1.710 milhões em Espanha e 630 milhões noutros mercados.

"A EDP está a procurar de forma pró-activa oportunidades internacionais em energia eólica", segundo o Plano de Negócios publicado na CMVM. A empresa aponta como mercados prioritários, considerados atractivos em termos de estabilidade, rentabilidade e potencial de crescimento, França, onde já tem presença, Itália e possivelmente Reino Unido e Polónia.

Além disso a EDP quer também entrar no mercado norte-americano através da aquisição de promotores eólicos locais e possivelmente da contratação de equipas locais com experiência para crescimento em projectos "greenfield".

Actualmente a EDP tem presença internacional, no segmento das energias renováveis, em Espanha, França e Bélgica.

EDP investe 280 milhões noutras energias renováveis

A EDP prevê ainda um investimento de 280 milhões de euros nas outras energias renováveis, nomeadamente biomassa e solar.

A biomassa deverá receber 136 milhões de euros, até 2010 e a energia solar 144 milhões de euros, de acordo com os objectivos divulgados hoje.

Actualmente a EDP já tem capacidade instalada na biomassa e prevê um crescimento de 22 MW em 2007 para 115 MW em 2010.

Na solar o objectivo é atingir os 50 MW, em 2010, através de uma nova capacidade em Granada, Espanha.

A empresa tem ainda em curso um projecto de investigação e desenvolvimento destinado à utlização das ondas como forma de energia.

Fonte : "Jornal de Negócios Online"


terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Eólica caseira

Existem várias formas de se poder poupar energia, mais que não seja para reduzir a nossa factura ao fim do mês. A energia eólica, como é sabido, é uma forma de energia que pode ser convertido em energia eléctrica. É uma boa solução para o espectro das energia renováveis, tendo-se já instalado em todo o mundo uma potência total de 58 982 MW (World Wind Energy Association 2005). No entanto á parte de estes valores astronómicos podemos nós próprios fazer o aproveitamento desta energia que é o vento, energia que é tão vasta. Aqui e aqui poderão aprender como fazer a vossa própria turbina eólica. Neste vídeo pode-se ver uma turbina eólica de eixo vertical, aparentemente do tipo "Darrieus", instalada no terraço de uma habitação. É importante, no entanto, salientar que estas soluções caseiras são relativamente fáceis de as meter a produzir energia eléctrica. A dificuldade é a qualidade dessa energia eléctrica. Portanto nunca é demais chamar á atenção que é necessário filtros electrónicos que permitem corrigir estes problemas. Há que tomar em conta o tipo de aplicação que se pretende e no qual se pode aproveitar esta energia. UPDATE: Turbina eólica caseira

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Nuclear, sim. Obrigado!

Comissão apresenta plano de acção energética
Sob o signo da "crise do gás", a Comissão Europeia apresenta esta quarta-feira o seu plano de acção energética. Os comissários revelam-se acérrimos defensores da energia nuclear.

A energia nuclear surge como “uma das opções disponíveis” para reduzir as emissões de dióxido de carbono

Reduzir as emissões de gases de efeito estufa, diminuir a dependência energética da União Europeia (UE), incentivar o uso de energias renováveis e estimular a concorrência nos mercados comunitários do gás e da electricidade. Estas são as principais vertentes do plano de acção energética que a Comissão Europeia apresenta esta quarta-feira, que assume ainda uma defesa clara das virtudes da energia nuclear.

O colégio de comissários deverá propor que os 27 assumam unilateralmente o objectivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 20% até 2012 (tendo por referência os níveis de 1990). No quadro do Protocolo de Quioto, os países desenvolvidos assumiram o compromisso de reduzir estas emissões em 5% até 2012, embora a meta europeia já fosse mais ambiciosa (8%).

O desenvolvimento de uma política energética comum é apontado como uma prioridade pela União desde finais de 2005 e conheceu um grande impulso depois da “crise do gás” no início da ano passado, que envolveu a Rússia e a Ucrânia e acabou por afectar vários países europeus. A actual “crise do petróleo” entre a Rússia e a Bielorússia, que também está a afectar o aprovisionamento de alguns Estados-membros ilustra a actualidade do tema.

Também em relação às energias renováveis a Comissão pretende que os Estados-membros assumam compromissos concretos e vinculativos. Bruxelas defende que as energias alternativas constituam, também em 2020, 20% do consumo energético total da União, quase o triplo dos actuais 7%. Uma meta definida como “possível e desejável”, apesar de a Comissão admitir que “é improvável” que o objectivo de 12% em 2010 seja alcançado. Todas estas propostas terão que receber a luz verde dos governos da União, devendo ser discutidas pelos chefes de Estado e de governo dos 27 no próximo Conselho Europeu, em Março.

Sem nunca defender abertamente a sua utilização, ressalvando que a escolha do “mix” energético corresponde a cada país, Bruxelas apresenta no âmbito deste “pacote” um relatório dedicado à energia nuclear que apenas encontra vantagens neste tipo de energia.

A começar pelas vantagens ambientais, pois “a menos que algo seja feito”, lê-se no documento dedicado à energia nuclear, a emissão de gases de efeito estufa aumentará mais 5% até 2012, o que entra “em conflito directo” com os objectivos de Quioto, (que previa uma redução de 8% no mesmo período). Neste contexto, a energia nuclear surge como “uma das opções disponíveis” para reduzir as emissões de dióxido de carbono, uma vez que já é “a principal fonte de energia livre de emissões de CO2”.

A Comissão sublinha ainda que nos próximos 20-30 anos a União vai importar 70% das suas necessidades energéticas, principalmente de gás e petróleo, cujos preços “quase duplicaram nos últimos dois anos”. E defende a importância da energia nuclear como garantia na segurança do aprovisionamento e como resposta à necessidade de diversificação, cuja matéria-prima (o urânio) é produzido em regiões “estáveis” e cujo preço é menos vulnerável às variações do mercado.

Expresso, 10 de Janeiro de 2007

domingo, 24 de dezembro de 2006

Boas Festas

Em nome dos membros deste blog, votos de um Santo e Feliz Natal e de um próspero Ano Novo 2007.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Mexia considera natural que Iberdrola reequacione EDP

Iberdrola leva para Espanha mais-valias potenciais de 300 milhões de euros se vender a EDP
O presidente da Comissão Executiva da EDP, António Mexia considera natural que a Iberdrola reequacione a sua presença na empresa portuguesa, após a oferta de compra da Scottish & Power, que, em caso de sucesso, transforma a Iberdrola na terceira maior energética da Europa.
Questionado no início da semana durante um evento para anunciar a nova estratégia de patrocínios e mecenato da EDP, Mexia disse que “é natural que a Iberdrola ou qualquer accionista em cada momento reavalie aquilo que considera serem os seus interesses e as suas prioridades”. O gestor sublinhou, contudo, que ainda nada lhe foi comunicado. Confrontado com estas afirmações, o representante da Iberdrola em Portugal, Joaquim Pina Moura, recusou-se a fazer comentários às intenções dos espanhóis face à EDP.

O tema da permanência, ou não, da Iberdrola no capital da EDP está sobre a mesa desde que analistas financeiros consideraram que a venda das posições do grupo espanhol na Galp e na EDP reduziriam as necessidades de financiamento geradas pela aquisição da Scottish.

As declarações do presidente da Iberdrola, Ignácio Galán, no momento em que a OPA sobre a Scottish avançou para o mercado não dão, no entanto, sinais de que esteja satisfeito na sua ânsia de crescimento. É notório que a Iberdrola tenta conquistar maior dimensão, de forma a dificultar uma ofensiva de outro concorrente sobre o seu capital.

Galán disse, na altura, que a integração do grupo escocês facilitará uma fusão com outra empresa espanhola, como, por exemplo, a Unión Fenosa. A argumentação é que, após a compra da Scottish, uma operação de aquisição ibérica terá de ser considerada, não como nacional, mas avaliada pela Comissão Europeia. O gestor disse ainda que a Iberdrola “está aberta” a analisar qualquer possibilidade capaz de criar valor para o grupo.

Todas as opções estão a ser analisadas, mas é certo que, se alienada a preços actuais, a EDP geraria para a Iberdrola mais-valias potenciais de cerca de 300 milhões de euros. Para o grupo espanhol, a EDP passou a ter uma importância relativa, a partir do momento em que avançou para a Scottish & Power e que a aproximação da Fenosa ficou facilitada. Para completar o cenário, uma maior participação da Iberdrola na actividade corrente da EDP não é vista com bons olhos por parte de alguns representantes do Executivo, alguns nem pela administração da empresa. Impedida de participar na Comissão Executiva e como decidiu não ter, para já, qualquer representante no Conselho Geral e de Supervisão, a Iberdrola não consegue articular de forma produtiva a sua actividade com a da EDP.

Apesar de já terem sido realizadas algumas reuniões entre membros da Iberdrola e da EDP (já aconteceram, inclusive, encontros entre Joaquim Pina Moura e António de Almeida, presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP), estas não foram produtivas. As reuniões visam encontrar formas de gerar sinergias entre as empresas, sobretudo, nas energias renováveis, gás e no Brasil.

Assim, com a sua presença na EDP num impasse, a venda da posição da Iberdrola será uma hipótese a considerar. O problema da EDP. É que, à semelhança do que acontece com a Telefónica na Portugal Telecom, serão os espanhóis a decidir quando, como e a quem vão alienar os 9,5% que detêm no capital da eléctrica portuguesa.

No Brasil para inaugurar a centrar eléctrica de Peixe Angical, António Mexia criticou a regulamentação fiscal espanhola e, a propósito da compra da Scottish pela Iberdrola, afirmou que, indirectamente, serão os contribuintes espanhóis a pagar a operação de expansão. Em causa estarão impostos que não chegarão a ser pagos pela empresa espanhola. Mexia, citado pelo jornal espanhol “Expansión” afirmou que a operação tem sentido estratégico para os accionistas da Iberdrola. Estes comentários terão sido mal recebidos pelo Executivo de Zapatero.

Christiana Martins, in Caderno de Economia, Expresso, 8 de Dezembro de 2006