segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Barroso e o nuclear

O "Diario de notícias" organizou uma conferência para discutir a energia na Europa. Relevante, o facto de o presidente Durão Barroso (Presidente da Comissão Europeia, N.P.) escolher a ocasião para anunciar a "agenda" energética da União.
Para lá da importância crítica do sector para a Europa, a União Europeia é, a seguir aos Estados Unidos, o maior consumidor e importador de energia do mundo, sendo uma "âncora" para as economias "circundantes" da Rússia, Médio-Oriente e do Norte de África.
Uma "primeiríssima" sobre as linhas, metas e "pacote de Janeiro" a adoptar pela União desperta interesse para além da Europa.
A primeira surpresa resulta de a imprensa mundial ter dado mais relevo a estas linhas orientadoras do que os orgãos "indígenas".
Principais linhas orientadoras:
1- No plano estratégico da segurança, pôr a EU-25 a falar a "uma voz". Uma negociação estratégica com a vizinha Rússia - primeira potência energética - só faz sentido arvorando a bandeira do segundo mercado mundial importandor;
2- Quanto ao mercado e concorrência, a Comissão está insatisfeita e irá implementar o seu aprofundamento;
3- Sobre o terceiro pilar - a relação entre a energia e ambiente -, Durão Barroso, não por acaso, percurtiu quatro teclas, pela ordem seguinte:
- Empenho da Comissão com os compromissos de Kyoto;
- Reforço dos objectivos fixados no aproveitamento dos recursos renováveis, responsáveis por muitos postos de trabalho e exportações;
- Uso eficiente da energia, com fixação da meta de ganho de 20% até 2020, com poupança anual de 100 mil milhões de euros em importanções, e menos 780 milhões de toneladas de CO2 em emissões.
Depois, surge a "polémica" questão da referência ao nuclear, no contexto dos 50 anos da assinatura do Tratado Eurotom:
- O nuclear já não é tabu, o que já sabiamos...;
- "O nuclear é apoiado, na componente I&D, nomeadamente em matérias de segurança, solução para os resíduos, etc.", o que já sabiamos desde há 50 anos e continua uma constante dos programas de I, D&D que a comissão mantém há 30 anos;
- A Comissão, ao contrário da fixação de metas específicas para outras componentes da política energética, não estabelece qualquer objectivo ou emite opinião política relativa à opção de cada Estado-membro, remetendo-a para a esfera da subsidiariedade.
Foi este comentário - digo eu - desvalorizador, sobre o papel do nuclear na Europa, que fez "frufru" nos «média», numa leitura de apoio da Comissão digna do inesquecível inspector Get Smart, que foi para mim a segunda surpresa da cobertura mediática.
Moral da história, foi dita muita coisa importante sobre o futuro energético da Europa, entre elas, que ninguém conte com Bruxelas para ajudar a "impingir" centrais nucleares...
Nuno Ribeiro da Silva, in Caderno de Economia, Expresso, 11 de Novembro de 2006

1 comentário:

Anónimo disse...

This is the 121st BLOG I've posted this comment on today:

As a veteran of Somalia, Bosnia, Afghanistan and Iraq...over these last few months...I've wondered to myself, "Is it possible to reduce the amount of hatred and violence in our world?"

Last week, before going to sleep, I began asking myself a lot of WHAT IF questions.

The central theme behind my thoughts are neither anti-war or pro-religion. My words are not meant to inspire flag-burning or political protest signs.

Basically, unless someone and everyone start talking about Peace...

Even if it's just for two short minutes...

It's possible that an unstoppable firestorm of hatred may one day burn its way across our entire planet.

Instead of pointing out those differences which separate mankind...

It's my hope that the humanity within all of us will somehow prevail...

Even if it's JUST FOR TWO SHORT MINUTES...

See link: http://just-one-day-of-peace.blogspot.com/