Nuclear, sim. Obrigado!
A energia nuclear surge como “uma das opções disponíveis” para reduzir as emissões de dióxido de carbono
Reduzir as emissões de gases de efeito estufa, diminuir a dependência energética da União Europeia (UE), incentivar o uso de energias renováveis e estimular a concorrência nos mercados comunitários do gás e da electricidade. Estas são as principais vertentes do plano de acção energética que a Comissão Europeia apresenta esta quarta-feira, que assume ainda uma defesa clara das virtudes da energia nuclear.
O colégio de comissários deverá propor que os 27 assumam unilateralmente o objectivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 20% até 2012 (tendo por referência os níveis de 1990). No quadro do Protocolo de Quioto, os países desenvolvidos assumiram o compromisso de reduzir estas emissões em 5% até 2012, embora a meta europeia já fosse mais ambiciosa (8%).
O desenvolvimento de uma política energética comum é apontado como uma prioridade pela União desde finais de 2005 e conheceu um grande impulso depois da “crise do gás” no início da ano passado, que envolveu a Rússia e a Ucrânia e acabou por afectar vários países europeus. A actual “crise do petróleo” entre a Rússia e a Bielorússia, que também está a afectar o aprovisionamento de alguns Estados-membros ilustra a actualidade do tema.
Também em relação às energias renováveis a Comissão pretende que os Estados-membros assumam compromissos concretos e vinculativos. Bruxelas defende que as energias alternativas constituam, também em 2020, 20% do consumo energético total da União, quase o triplo dos actuais 7%. Uma meta definida como “possível e desejável”, apesar de a Comissão admitir que “é improvável” que o objectivo de 12% em 2010 seja alcançado. Todas estas propostas terão que receber a luz verde dos governos da União, devendo ser discutidas pelos chefes de Estado e de governo dos 27 no próximo Conselho Europeu, em Março.
Sem nunca defender abertamente a sua utilização, ressalvando que a escolha do “mix” energético corresponde a cada país, Bruxelas apresenta no âmbito deste “pacote” um relatório dedicado à energia nuclear que apenas encontra vantagens neste tipo de energia.
A começar pelas vantagens ambientais, pois “a menos que algo seja feito”, lê-se no documento dedicado à energia nuclear, a emissão de gases de efeito estufa aumentará mais 5% até 2012, o que entra “em conflito directo” com os objectivos de Quioto, (que previa uma redução de 8% no mesmo período). Neste contexto, a energia nuclear surge como “uma das opções disponíveis” para reduzir as emissões de dióxido de carbono, uma vez que já é “a principal fonte de energia livre de emissões de CO2”.
A Comissão sublinha ainda que nos próximos 20-30 anos a União vai importar 70% das suas necessidades energéticas, principalmente de gás e petróleo, cujos preços “quase duplicaram nos últimos dois anos”. E defende a importância da energia nuclear como garantia na segurança do aprovisionamento e como resposta à necessidade de diversificação, cuja matéria-prima (o urânio) é produzido em regiões “estáveis” e cujo preço é menos vulnerável às variações do mercado.
Expresso, 10 de Janeiro de 2007
1 comentário:
Nuclear, sim. Obrigado!????? AIII a gente tao burra e ignorante.
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